domingo, 25 de janeiro de 2009

E a foda os levou...


Ele começou como quem não quer nada, acariciar-lhe pés, pernas e boca...A cada ida e vinda de suas bem feitoras mãos, um suspiro quebrava o silêncio.
O tormento dos movimentos era fato...algo estaria para acontecer. Sua mente trabalhava freneticamente na busca do próximo ato...e assim foi indo até não aguentar mais.
Subiu em teu corpo morno, beijou tua boca fria, espetou-lhe boca adentro sua lingua e pediu mais, e mais e mais, porém, o "mais" não chegou.
Maria continou quieta, profunda, não sabia o que fazer, por mais que pensasse em fazer, teu corpo não reagia. Ela queria, sim, queria muito, mas não dava, por mais que tentasse. Algo externo a impedia de continuar e de permitir também. Alfredo já estava impaciente, ela podia sentir com clareza...O que era um suspiro excitado, passou a ser um grunhido impaciente.
Ela tremeu.
Ele pensou que talvez não estivesse fazendo da maneira correta, que não estava deixando a pobre e pura Maria tranquila. Ficou triste, se sentiu incapaz.
Maria desesperada por não conseguir e infeliz por sentir que Alfredo estava também muito triste, tratou logo de relaxar, embora soubesse perfeitamente que não conseguiria.
O que queriam não era nada demais, pensaram, afinal era algo planejado a tempos. Era bem simples...
O plano era este:
"Seremos um num mesmo dia e trataremos que seja a primeira vez para ambos. Seremos isto uma única vez e ficará para sempre. Nunca mais voltaremos a fazer, e também não faremos com mais ninguém. Para que sejamos apenas nós mesmos os nossos pares, não permitiremos sequer que algum outro nos veja outra vez, não nos permitiremos mais ser desejados por outras pessoas. Se nos tocássemos novamente, não mais seria puro como a primeira, seríamos o oposto do que somos agora, portanto não nos interessa mais...Só há uma solução: Será primeira e última para sempre, após isto, não mais seremos".
Maria não conseguia relaxar, ficava cada vez mais fria, já formigavam suas pernas e seu pulso, sentia, estava cada vez mais fraco. Alfredo que já sentia o mesmo, desesperou-se com a possibilidade do tempo acabar antes que terminassem...
Não deu tempo.
A irmã mais velha de Maria entrou no quarto e viu um mar de sangue, pulsos cortados e corpos nus sob a colcha branca.