terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Quando


Quando não tiver mais jeito
Quando tudo que vier for fim
E não houver mais como
Não houver jeito nenhum
Vou procurar
Na puta que pariu
Num bar aberto,
Com uma garrafa de vinho barata
Vou procurar na embriaguez de um dia dia abafado
Uma coisa que me faça enxergar
Uma coisa que me deixe ver
Mesmo caída
Derrotada
Perdida
Com um cão vira-lata me lambendo a boca
Vou procurar um motivo
Dar um chute no saco do cão
Mandar tudo pra casa do caralho
Buscar dentro do meu coração
...
E quando o quando chegar
Dentre todas as coisas possíveis
E impossíveis
...também....
Eu encontrarei aquilo que nunca
Nunca, mas nunca mesmo
Saiu de dentro de mim
...
E quando tudo voltar
Quando o belo dia chegar
Estarei lá
Pronta para mostrar
O que jamais poderá negar:
Esta coisa louca que é amar....

6 comentários:

rafael andolini disse...

caralho... um bom soco esse poema... procurar nos lugares que deveriamos evitar... moral na contramão.
um bom misto de sonho e desilusão.
um dia eu chego lá.
onde? não sei, só falei por falar.

Beat disse...

é isso...
por mais automática que a escrita tenha sido ela veio de dentro.
se vc continuar com essa pegada muito mais coisa boa pode vir.
é inspirador até, parabéns.

Beat disse...

se possivel comente no meu de vez em quando.

Unknown disse...

Amar faz desequilibrar-se mesmo!

Beat disse...

E digo mais, amar faz desequilibrar-se (como disse o Marcão), mas também inspira poemas fortes e pertubadores como esse.
Isso sim é bom! Mar, vento, onda não passam de masturbação literária rsrsrsrsrsrsrsrs

Anônimo disse...

Sem aquela atitude intectualóide que contamina a maioria dos amantes da cultura literária; sem aquela análise profunda que tenta descodificar o mistério das palavras; gostaria simplesmente de dizer, de poeta para poeta, que eu o senti, que eu o intuí: muito bom!
E como comentou um colega seu, desequilibre-se no amar, desequilibri-se no poetar!
Parabéns.
Ps: um anônimo conhecido.